domingo, 3 de julho de 2011

DEUS ESPIRAL


Longe dos princípios europeus que estabeleceram associações diminutivas a um deus extremamente dinâmico e fiel.
Ele é princípio ativo nas formulações religiosas, é a nossa dialética entre o Orun e o Aiye, é o missionário fiel entre dois mundos extrementes distintos e intrinsecamente ligados.
A velocidade e fidelidade estabelecida entre deuses e humanos o faz o mais importante articulador e até mesmo juiz para que nosso caminhar transcorra o mais linear possível.
A boca que tudo come e tudo fala, o fálico que tudo produz e transforma, os pés que não andam apenas correm, o silêncio ou a recompensa às nossas preces.
Vaidoso, astucioso, inteligente e sensual.
É a logística perfeita, estratégica, alinhada e a comunicação sem ruídos entre os deuses e os mortais.
É ele que adentra os rios, os oceanos, as nuvens, as profundezas das florestas, os castelos de fogo, os pântanos, e as estradas para estabelecer uma conexão entre os descendentes dos deuses. Por ter livre acesso a estes mundos, ele é considerado o Senhor dos Portais e dos caminhos.
Para que esta comunicação se estabeleça sem falhas, é preciso dar-lhe a atenção necessária! O pagamento devido e o reconhecimento em forma de fidelidade.
 Apreciador da boa mesa, da alegria, da música, do barulho, deve-se agradá-lo para que sua viagem entre os dois mundos seja a mais proveitosa possível.
E ao retornar ao nosso mundo, ele trará as mensagens dos deuses em resposta positiva ou negativa as nossas oferendas, preces, louvores e agradecimentos.
Para ele não existem segredos, limites e além de ser a boca que tudo come, é o ser que tudo escuta e que nunca pára.
Devidamente agradado e satisfeito irá realizar seu papel de transportador das mensagens entre os deuses, antepassados e mortais, nunca nos deixando sem respostas e sem direcionamento.
Seus nomes, Odara, Acotó, Obasssim, Olobé, Agbá, Agbô, Igbá Quetá, Bará, Odusó.... ele é a grande esfera em movimento.
Diz um orìkì que: “Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa simples peneira sem que este óleo se derrame”.
Laroye!

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